É um pássaro? É um avião? É um… eVTOL!

A indústria da aviação está prestes a passar por um salto tecnológico que pode mudar o horizonte urbano para sempre. A partir de 2026 os céus de grandes cidades como São Paulo, Nova York ou Londres estarão povoados com os primeiros veículos voadores particulares da história.

Isto não é uma profecia ou sequer uma promessa: empresas como a Embraer já desenvolveram modelos funcionais destes veículos e selaram acordos para comercializar estes veículos em três anos.

O fato é que assim como aconteceu com smartphones, comunicação por vídeo e impressoras 3D, carros voadores estão decolando da ficção científica para a realidade, então, se você não quer ficar para trás, confira tudo que você precisa saber sobre os veículos elétricos de elevação vertical, ou eVTOL’s.

Um sonho do passado, uma promessa do presente

De Ícaro a Elon Musk, sempre foi o sonho da humanidade alçar novas alturas e tão logo tiramos o céu do acesso exclusivo dos pássaros, o Homem tem pensado em formas de tornar este prazer recém descoberto em uma parte do seu cotidiano (e escapar do engarrafamento).

Ao longo dos anos houveram muitas propostas de como implementar carros voadores, algumas admitidamente mais realistas do que outras, mas todas certamente criativas. Confira abaixo algumas delas:

O Auto-Avião Curtiss: Em 1917, Glenn Curtiss revelou ao mundo o primeiro projeto de um carro voador, uma máquina de alumínio com asas triplas de 12,2 metros de comprimento com um motor de automóvel modificado para girar uma hélice na parte de trás.

Enquanto seu modelo nunca chegou a voar, o Auto-Avião foi capaz de se erguer do chão sozinho, garantindo a Glenn o título de pai do carro voador.

Reprodução Wikipedia

Arrowbile: Esta criação de Waldo Watterman de 1937 era um desenvolvimento dos mesmos princípios por trás do Auto-Avião de Curtiss. Um carro de três rodas, com uma hélice na parte de trás movida por um motor StudBaker de 100 cavalos. Seu diferencial eram as asas que podiam ser retiradas para armazenamento. O Projeto era funcional, mas nunca chegou ao grande público por falta de financiamento.

Reprodução Viatec

Airphipian: O Fulton Airphibian, batizado em honra de seu inventor Robert Fulton, baseado no conceito inverso dos últimos dois modelos. Ao invés de adaptar um carro para o céu, Robert Fulton queria adaptar um avião para a estrada. As asas e cauda do avião podiam ser separadas da cabine que se transformava em um pequeno carro e a hélice, por sua vez, podia ser removida e guardada dentro da fuselagem. O processo de transformação como um todo não demorava mais do que cinco minutos. O veículo possuía um motor de 150 cavalos e era capaz de voar a 120 milhas por hora e dirigir a 50 milhas por hora.

Apesar de nunca ter conseguido um financiador para o Airphibian, Robert Fulton ainda foi o inventor do primeiro carro voador a ser aprovado pela instituição que viria a ser tornar a Administração Aviária Federal dos EUA (FAA).

Reprodução

ConvAirCar: Em 1940 a Consolidated-Vultee lançou ao mercado seu próprio sistema híbrido de carro-avião. Seu voo inaugural ocorreu em 1947, quando a empresa prometia um voo de uma hora a 72 quilômetros por galão. Entretanto, o projeto fracassou quando o carro caiu em seu primeiro voo.

Reprodução Wikipedia

Avrocar: O Avrocar é o primeiro carro voador desenhado para fins militares. Um produto da cooperação entre os exércitos do Reino Unido e Canadá, o veículo se assemelha de muitas formas a como se imaginaria um disco voador e seu propósito seria o transporte de tropas.

Reprodução

Aerocar: Inspirado diretamente, tanto pelo Airphibian, quanto pelo seu criador, Robert Fulto, quem havia conhecido anos antes, Molton Taylor criou a edição mais bem sucedida de um carro voador da história: O AeroCar.

O foco do projeto aerocar era criar um veículo capaz de voar, pousar, dirigir e voar novamente sem interrupção. Esta façanha foi realizada cobrindo um carro com uma carcaça de fibra de vidro, uma embreagem de três metros que conectava o motor a uma hélice de propulsão. No ar, o AeroCar alcançava velocidades de 193 quilômetros por hora e foi o segundo e último carro voador a receber as credenciais FAA. A Ford chegou a considerar promover o veículo, mas a crise do petróleo os obrigou a cancelar a campanha.

Enquanto nenhum dos veículos acima realizou a promessa transformadora do carro voador de trazer o voo para a vida cotidiana, o sonho nunca chegou perto de morrer e conforme a tecnologia avança, novas tentativas começam a chegar cada vez mais perto de vê-lo realizado.

Reprodução

eVTOL

A sigla em inglês para “veículo elétrico de elevação lateral” designa uma classe emergente de veículos capazes de alçar voo e pairar no ar usando apenas energia elétrica. Pode parecer simples quando descrito desta forma mas pouquíssimos veículos conseguem alcançar este feito de forma 100% elétrica, mas o resultado daqueles que conseguiram tem um imenso potencial inexplorado.

eVTOL’s tem crescido em popularidade devido a sua associação com novas tecnologias de voo autônomo e suas possívei ramificações para o transporte urbano, mas enquanto este possível futuro não chega, aqueles com os meios têm desfrutado da liberdade proporcionada pelos eVTOL por simples diversão.

Isto significa que para ser considerado um verdadeiro eVTOL, um veículo deve não apenas funcionar a base de energia elétrica, como era de esperar, mas também o seu design que deve ser distinto de um simples avião ou helicóptero.

Desafios

Entretanto nem tudo são flores para o futuro dos carros voadores elétricos e muitos desafios técnicos terão de ser solucionados antes que vejamos uma adesão universal. Primeiramente,  temos o fato de baterias modernas não serem capazes de produzir tanta potência quanto motores de combustão tradicionais. 

Para termos uma ideia, vamos comparar a bateria patenteada mais potente com um motor convencional: baterias a base de íons de Lítio alcançam uma potência de 200 quilos por watt, com baterias futuras alcançando o dobro em performance com 400 wh/kg. Enquanto isso, um motor de combustão de uma aeronave média possui entre 1000 e 2000 wh/kg.

Isto quer dizer que em termos da quantidade de energia necessária para levantar um veículo com um certo peso, eVTOL’s estão em desvantagem considerável e acabam exigindo muito mais energia para alçar voo. Outro desafio atual é a questão do barulho e para entender este problema, basta pensar na última vez em que viu um helicóptero, ou melhor, a última vez que ouviu um helicóptero.

Uma vez que estes veículos foram pensados como soluções para o transporte urbano, você consegue imaginar uma cidade onde todos os carros fazem o barulho de um helicóptero? Por outro lado, veículos elétricos em geral tendem a ser mais silenciosos do que veículos movidos a combustão interna como este teste da Tesla demonstrou, então é provável que vejamos maiores avanços neste campo.

Modelos

Em uma corrida para atender a demanda por transporte aéreo urbano, empresas grandes e pequenas de múltiplos países estão colocando seus engenheiros na mesa de desenho para criar seus próprios eVTOLs com graus variantes de sucesso.

Como é de se esperar em qualquer mercado, apenas um número seleto de competidores têm alcançado destaque e angariado crescentes expectativas. Confira abaixo alguns dos modelos mais promissores:

Lilium Jet: Clamando para si o título de primeiro VTOL elétrico, o Lilium Jet, da empresa de mesmo nome, se destaca pelo seu sistema de propulsão baseado a jato capaz de decolar e pousar como um helicóptero e pousar como um avião.

O Lilium Jet é um dos eVTOL’s mais silenciosos do mercado atual, tem capacidade para quatro passageiros e é capaz de alcançar velocidades de até 300 kms por hora.

Reprodução Lilium

VoloRegion: Criado como uma solução de mobilidade urbana destinada a conectar os centros com o subúrbio, o VoloRegion é o eVTOL da empresa alemã e-Volo que promete cobrir as maiores distâncias do mercado.

O VoloRegion tem um alcance de 100 km e pode transportar até quatro passageiros a uma velocidade máxima de 250 km por hora.

Reprodução TransportUP

Vahana Airbus: Enquanto outros modelos de eVTOL colocam o foco de seu design no transporte de grupos, o Vahana da Airbus é um veículo de assento individual que utiliza a mais avançada tecnologia de voo autônomo. 

Em mais de 13 horas de teste, o modelo acumulou uma distância total de 500 milhas náuticas sem acidentes com uma velocidade máxima de 220 km por hora.

Reprodução Mais Automotive

Conclusão

A era dos carros voadores está se aproximando com rapidez e tanto os entusiastas da aviação quanto os investidores do transporte urbano estão aguardando sua chegada com grande entusiasmo.

Se você deseja fazer parte deste futuro, a Life Style Hall está pronta para ser a ponte que te liga a este universo que logo será uma realidade para todo o mundo, seja como piloto ou investidor.

Então não espere o futuro chegar, entre em contato e esteja entre os pioneiros que moldarão o horizonte do amanhã.

Fontes:

Evtol; Aerospace Export; Aerospace Technology; Lilium; Electrek; BBC e Auto How Stuff Works

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *